Frank Miller foi responsável por mostrar a origem
do Batman do Bob Kane, com Batman Ano 1
em 1987, e anteriormente deu um desfecho digno, tendo o homem morcego já uma
idade avançada em Batman Cavaleiro das
Trevas em 1986. Foi então que Alan Moore, com uma HQ curtíssima, reinventou
conceitos do mito Bats. Como a origem do Oráculo e do Coringa (criado por Jerry
Robinson, Bill Finger e Bob Kane), com a HQ: A Piada Mortal em1988. Acabei de
ver o filme: A piada mortal (2016),
baseado na HQ clássica do Alan Moore. A HQ com apenas 30 páginas que ganhou o “Eisner
(o Oscar dos Quadrinhos)” de melhor Graphic Album. Há anos que a DC
Comics cogita adaptar a história para cartoon, no entanto, esta semana eles se
superaram, trouxeram A Piada Mortal
para o cinema. É evidente que apenas Hqmaníacos e saudosistas estariam
dispostos a pagar para ver esta animação, não creio que um público recorrente a
assistiria.
A piada
mortal traz em
sua narrativa Coringa. Ele invade a casa de Barbara Gordon e atira nela,
tornando-a paralítica, posteriormente sequestra o pai dela, Gordon. E tudo isso
para provar um ponto: que não há diferencia entre os loucos e os sãos, tudo é
apenas o resultado de um dia ruim. Conforme a história ocorre, imergimos no
passado do palhaço, e vemos a origem da sua insanidade: um dia ruim. Gordon é
submetido a torturas, pancadas, a exibição de fotos da filha despida e
sangrando. Coringa o condiciona ao limite da razão através daquelas imagens
traumáticas. Batman, após vasculhar toda a cidade, recebe um convite na
delegacia para ir ao encontro do palhaço. O resultado final é surpreendente.
A DC sentiu a necessidade alongar a história.
Ademais, uma película baseada em 30 páginas, é quase um curta metragem. E
acredito que por conta disso macularam a trama original. Inseriram Barbara, na
época que era Batgirl, mostrando sua relação de admiração e paixão ao morcego
de Gotham. A premissa dos 30 min. iniciais do longa animado é o abismo, a linha
tênue que aproxima um herói de um vilão. Contudo, o discurso do Moore é sobre a
sanidade, não sobre ser herói ou vilão. Os dois discursos chocam-se,
diferenciando uma parte da outra. Coringa comenta que Batman e eles são iguais,
e alguma tragédia o fez assim, e de fato o fez.
A arte do Bruce Tim lembram muito a serie animada de 1995. E os
enquadramentos na face do palhaço, remetem muito ao personagem no qual Coringa
foi inspirado (O homem que ri, 1928), personagem do cinema
expressionista alemão, adaptado do livro de Vitor Hugo. Outro grande absurdo é
a canção feita pelo Coringa para Gordon, deveras infantil. E o desfecho, que
houve uma desvalorização do cenário original (quem ler entenda). Quanto ao
roteirista Brian Azzarello, distanciou-se do roteiro original do Moore, tropeçou
muito, fazendo Sam Liu e todo o resto tropeçar.
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